O serviço rádio cidadão, é uma modalidade de rádio amadorismo que surgiu logo após a segunda Guerra Mundial, com a diversidade dos serviços de comunicação que já vinham sendo utilizados. Inicialmente, nos países que foi regulamentado, o serviço era apenas consedido a pessôas jurídicas como um meio econômico e desburocratizado para obtenção de licenças para comunicações profissionais. Com o passar do tempo, esta faixa passou a ser utilizada para fins recreativos. O Brasil regulamentou o Serviço Rádio Cidadão em 1970, através da portaria N. 033, de 26 de Janeiro de 1970, também para fins profissionais. Mais tarde, a portaria N. 033 foi revogada pela de N. 044 de 05 de Março de 1980, descaracterizando-se a predominância da utilização profissional. O Serviço Rádio Cidadão consiste na modalidade de radiocomunicação de uso compartilhado, para comunicados entre estações bases ou móveis,utilizando o espectro de frequencia compreendido entre 26,960 MHz e 27.610 MHz. O serviço também é chamado de Faixa do Cidadão ou PX. No Brasil o Serviço Rádio Cidadão é limitado à 60 canais com uma potência máxima de 7 Watts (RMS) em AM (Amplitude Modulada) e 21 Watts em SSB (Banda Lateral Singela com Portadora Suprimida). As finalidades do Serviço Rádio Cidadão são de proporcionar comunicação em Radiotelefonia, em linguagem clara, de interesse geral ou particular, atender situações de emergência e transmitir sinais de telecomando para dispositivos elétricos. Como a frequencia de operação fica em torno de 27 MHz, que corresponde a um comprimento de onda de aproximadamente 11 metros, são comuns expressões como "Operar em 11 metros" ou "Operar na faixa dos 27 MHz", quando se utiliza o serviço. No Brasil o Operador do Rádio Cidadão é identificado pelo prefixo PX, seguido do número indicativo da região a que pertença, mais uma letra e quatro números de uma sequencia obedecendo a ordem de cessão da licença. Por exemplo, PX 4 B 0001. A Faixa do Cidadão é muito utilizada no Brasil, porque os equipamentos necessários são de muito baixo custo e também por não ser necessária a execucução de nenhum teste para a obtenção da licença de operação. Muitos Operadores da Faixa do Cidadão, brasileiros, costumam manter contatos com operadores de outros países, tanto na América do Sul como na Europa para realizarem a troca de correspondência, cartões e souvenirs.
Muitos acreditam que o rádio é a parte principal de uma estação, porém não é raro ouvirmos colegas de regiões distantes chegando até nós operando rádios pequenos em AM, que trabalham com baixa potência (3 a 4 Watts). O que faz uma boa estação é seu sistema irradiante (cabo coaxial bem regulado e uma boa antena), localização da estação e o rádio certamente vem em terceiro lugar. Quando for adquirir um rádio verifique primeiro se ele é homologado pela ANATEL (Agencia Nacional de Telecomunicações), isto pode ser visto através da Internet no site http://www.anatel.gov.br , se o rádio não for homologado você poderá ter problemas, levando até a lacração do mesmo. Veja o número de canais do rádio, geralmente é 40 em AM, LSB, e USB. Verifique se ele tem LSB e USB que são bandas laterais que operam com uma potência muito superior ao AM, permitindo assim contatos entre localidades mais distantes. Procure saber se o rádio ou modelo não são falsificados, observe na parte traseira se existe uma placa com numero de série. Se você for adquirir um rádio de segunda mão (usado), deve estar atento a alguns detalhes que vamos descrever a seguir , pois um rádio "mexido", mesmo sendo homologado, está fora das normas ANATEL, e também pode ocorrer a lacração do mesmo. Infelizmente existe muita gente executado ajustes em bobinas e trimpots, olhando apenas a evolução do ponteiro do s/meter, sem saber a real função destas bobinas e controles e, se houver um desajuste de "repouso", seu transistor de saída pode durar bem menos tempo ou levar à queima de componentes de transmissão e mesmo da recepção. Para saber se o seu querido rádio não sofreu um desajuste desse tipo e se está mesmo legal, vai abaixo uma série de testes que você mesmo pode fazer. Teste 1 Fechar o ganho do PTT, colocar o rádio no modo LSB ou USB e apertar o PTT durante 5 minutos (sem falar), não poderá haver aquecimento na parte traseira do rádio que ultrapasse ao morno. Explicação: Todos os rádios PX e PY que possuem banda lateral, vem com um circuito indispensável e muito importante chamado repouso , que é responsável pelo controle de consumo dos transistores de saída, impedindo a queima por avalanche térmica. Este circuito especial sacrifica alguns poucos milésimos de watts de um transmissor para que haja um balanço para mais ou menos da polarização quase negativa de base dos transistores de potência, assessoradas pelos diodos, que informam o aquecimento do dissipador de calor. Desajustar esses controles faz a potência subir um "pouquinho", mas aí já se foi a vida útil dos transistores, pois eles são ajustados através de intensa observação de polarização e não olhando apenas o medidor de potência como muitos fazem. Teste 2 Nos rádios LSB/USB: Desconectar a antena do rádio, ligar SOMENTE o positivo (+) da alimentação na fonte (deixar o negativo (-) do rádio solto), ligar o negativo da fonte na lataria do rádio (chassis) e ligar o rádio normalmente através de seu botão de liga/desliga. O rádio não deverá ligar (em alguns rádios somente AM, é normal se ligar). Explicação: Quase todos os rádios PX e PY possuem o que se chama de "lataria levantada", que é o corpo de lata do rádio que conhecemos com o nome de chassi. Ele não é o negativo que se supõe e, por incrível que pareça, alguns técnicos usam essa lataria para soldar o fio negativo de bips, pré de PTT, ecos e outras porcarias. O levantamento da lataria é uma coisa muito importante para um transmissor por impedir a transição de RF na caixa e é normal quando é "destruída" com a colocação do conector da antena. É muito importante dizer que quase todos os rádios chegam a ter até 3 pontos de terra distintos e esses terras não podem ser confundidos, pois o uso errado deles, pode causar apitos, roncos, comprometer a qualidade de áudio de modulação e a invasão de RF na própria fonte do rádio. Teste 3 No modo LSB ou USB, apertar o PTT com o ganho aberto e falar durante 5 minutos, modulando em forma de teste e depois parar sem soltar o PTT. O s/meter deverá repousar no zero sem nenhuma indicação de sinal. Explicação: Rádios com USB e LSB são modulados através de um circuito integrado que faz a supressão de áudio na portadora, mas quando esse circuito integrado está com problemas ou o ajuste de supressão está fora do lugar, aparece uma irritante portadora quando o PTT está apertado sem modulação nessa modalidade. O calor de uma caixa fechada vindo do dissipador, também pode influir e, ás vezes, estes problemas podem acontecer somente depois de alguns minutos modulando. Em vários tipos de rádios atuais, um novo circuito integrado é muito sensível a isso, mas uma operação muito importante pode resolver em 100% esta incidência. Teste 4 No modo AM, em recepção e ganho de RF aberto, colocar um fio no conector da antena apenas no positivo (furo do conector) e apertar o PTT de um OUTRO rádio também em AM, colocado ao lado no mesmo canal e usando a antena normal. O ponteiro do s/meter deverá marcar maior que s/9+10 e, no máximo, s/9+30, não podendo ultrapassar a escala. Teste 5 No modo LSB ou USB, em recepção e ganho de RF aberto, colocar um fio no conector da antena apenas no positivo (furo do conector) e apertar o PTT de um OUTRO rádio também em AM, colocado ao lado no mesmo canal e usando a antena normal. Movimentar o botão da sintonia para o s/meter marcar o maior sinal. O ponteiro do s/meter variará de acordo com o apito reproduzido no alto falante, mas sua marcação deverá ser maior que s/9+10 e, no máximo, s/9+30, não podendo ultrapassar a escala. Teste 6 No modo LSB, apertar o PTT com o ganho abaixo da metade e falar emitindo um som contínuo (sem assobiar), fazendo o ponteiro do s/meter não chegar até o final e mudar repentinamente para USB, ainda emitindo o mesmo som. O s/meter deverá continuar marcando a mesma portadora ao mudar a banda. É tolerável uma diferença de 10%. Explicação: Com certeza, poucos técnicos conhecem uma importante calibragem de 3 bobinas na parte das bandas laterais que alinha a recepção com a transmissão do AM, USB e LSB (frequência intermediária). Quando essas bobinas estão erradas na sintonia, o AM passa a ter a recepção e transmissão fora de alinhamento, sendo necessário ajustar com a própria sintonia da banda a frequência certa todas as vezes que apertar e soltar o PTT e, como os rádios atuais possuem o receptor do AM com a sua largura bem menor que os 6kHz dos rádios antigos (cerca de 1.8 MHz), um erro deste tipo pode causar muita dor de cabeça. Em USB ou LSB, o som da sintonia fica muito grave ou aguda, sendo difícil de se obter uma boa qualidade de som. Felizmente, este erro é facilmente perceptível por pessoas experientes no assunto e compromete também as potências das bandas, ficando portanto, fácil detectar se esse erro existe com este simples teste. Teste 7 Ligar o rádio, retirar o PTT do conector e, com uma lâmpada para toca-fitas (aquelas que possuem 2 fios saindo de um bulbo de vidro), ligar um pólo no negativo da fonte e o outro nos pinos do conector PTT separadamente, um a um. A lâmpada não deverá acender em nenhum dos pinos testados e, se houver transmissão repentina do rádio, será normal. Explicação: Em 1972, começaram a ser fabricados nos EUA, rádios PX de 23 canais da marca Lafayette e depois outras marcas, que tinham um sistema primitivo de comutação, que implicava na introdução de 12 volts (a tensão da fonte) em um dos pinos do conector do PTT para fazer a comutação TX/RX com ou sem relê. Em 1976, depois de muita fumaça saindo dos fios dos PTTs e rádios queimados, os fabricantes passaram a usar o negativo comum, eliminando de vez a presença de tensões positivas nos pinos do PTT e todos os problemas pareciam ter sido resolvidos. Mas hoje em dia, o técnico coloca um pequeno circuito amplificador de 1 transistor dentro da caixa do ptt e, para alimentá-lo, liga um fio direto da chave liga/desliga até o conector em um dos pinos para alimentá-lo, mas mal sabe ele que a corrente ali existente é a mesma da fonte e é capaz de alimentar até outro rádio. Este técnico não tem noção de consumo de corrente elétrica e, por isso, é incapaz de saber que o "prézinho" necessita apenas de alguns poucos miliampéres para funcionar. Um resistor de 1k, ligado da alimentação até o conector, é mais que suficiente para alimentar esse pré, sem colocar em risco a vida do rádio, da fonte e de outros PTTs que, por ventura, alguém queira colocar neste conector assassino.
Quem pensa que para instalar o cabo coaxial, e só colocar uma medida qualquer e pronto, está redondamente enganado. Para você comprar um cabo coaxial, antes deve saber se ele é de boa qualidade, e se a impedancia é compatível com o rádio. A medida correta do cabo coaxial para a faixa do cidadão vamos descrever abaixo, pois instalação de estação deficiente é um problema. As perdas reduzem, e muito, a potência efetivamente irradiada, diminuindo o alcance e recepção de sua estação. A instalação tecnicamente correta é um elemento chave, desempenha bem sua função, trabalha com um rendimento de 100% nas freqüências que interessam, alem do mais suprime as que podem atrapalhar os receptores de televisão, você pode evitar aborrecimentos instalando de forma adequada seu sistema de rádio. Vamos entender a importância do cabo coaxial, que é o elemento que liga o rádio transmissor a antena, entendendo primeiramente o fator de velocidade. A rádio freqüência (RF), viaja no espaço a velocidade da luz (300.000 Km/s), em outros meios, como por exemplo o cabo coaxial, a velocidade de transmissão muda, viajando em velocidades diferentes. Nos cabos coaxiais esta velocidade muda de acordo com o fabricante, material utilizado e tempo de uso. Quando novo, a velocidade de propagação é determinada pelo fabricante, que serve de parâmetro para diversos cálculos. ➩ Exemplo de propagação em cabos coaxiais mais usados na faixa do cidadão. ● Coaxial (celular) RGC-213 = 82% = fator de velocidade do cabo. ● Coaxial (comum) RG-58 = 66% = fator de velocidade do cabo. Vamos ver um exemplo. MEIA ONDA ELÉTRICA, é um tamanho obtido basicamente a partir de meio comprimento de onda no espaço, multiplicado pelo fator de velocidade do cabo. Adotando-se a freqüência de 27,305 MHz, que é exatamente o centro da faixa do cidadão, meia onda "NO AR" seria 150 (meia velocidade da luz) dividido freqüência (27,305) ficaria assim, 150/27,305 = 5,493 metros. ➩ Agora como ficaria meia onda elétrica no cabo coaxial. ● Coaxial (celular) RGC - 213 = 5,493 X 0,82 = 4,504 metros. ● Coaxial (comum) RG – 58 = 5,493 X 0,66 = 3,625 metros. Onde, 0,82 e 0,66 é a velocidade de propagação do cabo. Estes comprimentos e seus múltiplos tem a seguinte particularidade, toda a impedancia existente em um extremo do cabo, vai aparecer no outro extremo. Um cabo cortado nas dimensões acima, não chegam a lugar algum, pois são muito curtos, imagine que você necessite de no mínimo 10 metros de cabo para a sua antena, então use três trechos de meia onda elétrica onde. ● 3 X 4,504 (RGC-213) = 13,512 metros. ● 3 X 3,625 (RG-58) = 10,875 metros. Para facilitar damos abaixo alguns comprimentos de cabos para a instalação de sua estação. ➩ Para cabo RGC-213. ● 4,504 metros, 9,008 metros, 13,512 metros, 18,016 metros, 22,520 metros, 27,024 metros, 31,528 metros. ➩ Para cabo RG-58. ● 3,625 metros, 7,250 metros, 10,875 metros, 14,500 metros, 18,125 metros, 21,750 metros, 25,375 metros, 29,000 metros, 32,625 metros. É importante salientar que quanto menor a distância entre o transmissor e a antena, mais potência será transferida e melhor será a recepção. Seguindo as medidas do cabo coaxial acima, e ajustando sua antena conforme determina o fabricante, é quase certo de que você não terá problemas, porém é aconselhável verificar a ROE (Ondas Estacionárias) de sua estação, rádios maiores como por exemplo o Cobra 148 GTL, tem esta função, se o seu rádio não tiver, peça ajuda a um amigo, normalmente os radio operadores tem um senso de companheirismo muito grande, e se for necessário, faça pequenos ajustes em sua antena, o ideal é que a ROE esteja o mais baixo possível.
A fonte é a parte da estação responsáevel pela alimentação do rádio. Para alimentar um rádio da faixa do cidadão é necessário que a fonte forneça uma corrente de 12,0 à 13,8 volts, alimentação menor que 12,0 volts, será insuficiente, e maior que 13,8 volts, ocasionará a queima do rádio. Antes de comprar uma fonte você deve fazer as seguintes avaliações. Verifique a potência da fonte (geralmente medida em anperes), e verifique o consumo em amperes do rádio, uma fonte não compatível (potência menor que o consumo do rádio), causa roncos, zumbidos etc. em sua modulação, podendo atrapalhar a seus contatos. Veja se a fonte é refrigerada com dissipadores de calor, que desta forma não permitirá que ela apresente problemas quando ficar quente por um longo tempo de uso. Procure saber se a fonte é estabilizada. Quando for ligar o rádio na fonte, fique atento à polarização, esteja certo de ligar o positivo da fonte no positivo do rádio e o negativo da fonte no negativo do rádio, ligação invertida ocasionará a queima do rádio.
É o elemento final de um sistema de transmissão, que tem a função de mandar para o espaço ou receber os sinais gerados por um transmissor. Ex, Rádio. Estes sinais são mandados para o espaço e serão captados por outras antenas com as mesmas características de uma antena que os emitiu. EX, Ao colocarmos dois violões de costas um para o outro, com a mesma afinação e tocarmos uma de suas cordas, veremos que a mesma corda do outro violão também vibrará. O fenomeno ocorre porque os dois instrumentos foram construidos e afinados para vibrarem na mesma freqüência. Uma boa antena é de fundamental importância para uma boa transmissão, porém as condições atmosféricas determinam se as ondas eletromagnéticas emitidas pela transmissão de um rádio irão propagar-se por longas distâncias ou não. A propagação das ondas é uma coisa muito relevante nas comunicações, não ha, visualmente, como saber se a propagação vai ser boa ou não, ou estar "aberta" ou "fechada" como dizem os radioamadores. Quando a propagação está "aberta", as ondas eletromagnéticas conseguem chegar até a ionosfera e retornar à terra, sendo recebida por outras estações em lugares distantes. Quando a propagação está "fechada", as ondas eletromagnéticas não conseguem chegar até a ionosfera, perdendo-se no caminho. Assim com a propagação "fechada", obtemos sucesso apenas nas transmissões locais.
Antes de comprar, verifique se cada parte compomente é do tipo adequado, e de qualidade comprovada. Não se descuide, atente para todos os ítens, desde antena, conectores, cabo coaxial até a fonte de alimentação. A instalação pode deteriorar-se com o tempo. Faça inspeções semestrais criteriosas em todos os componentes de sua estação. Isto garantirá eficiência por muitos anos. Não opere sem indicativo de chamada, é ilegal, isto pode causar a lacração de seu equipamento pela ANATEL. Hoje é muito prático para tirar o indicativo de chamada, acesse o site da ANATEL e faça seu indicativo on line. Caso receba reclamações de interferências de seus vizinhos, coopere. Ajude-os, um diálogo amigo torna bem mais fácil as coisas. Se necessário solicite auxilio de um técnico especializado de sua cidade Lembre-se, amplificador linear externo (botina) nunca foi de uso legal, e pode sujeitá-lo casação da licença de funcionamento pela ANATEL.